Criação de Curiós no Método de Viveiro Aberto
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Sex 19 Jul - 6:32
Pois bem, como prometido em outro post meu, hoje vou descrever como e quando se iniciou a criação de curiós aqui na minha cidade.
O hábito de ter curiós e gaiola aqui na cidade remonta a muitos anos atrás, com certeza mais de 50 anos.
Era comum após o término da missa os donos irem buscarem seus pássaros em casa, pendurarem nas árvores aqui da pracinha da cidade e os deixarem disputando enquanto conversavam e contavam bravatas sobre suas caçadas, sobre seus pássaros, etc...
Naquele tempo não havia preocupação com o canto, pois todos eram mateiros e com muita fibra, eventualmente um ou outro "corria".
Houveram muitos curiós famosos por aqui, creio que o mais conhecido foi o do Sr. Paulo Pfutzenreuter, diz a lenda que ele cantava na mão, isso mesmo na mão, ele o pegava na mão de dentro da gaiola e ele continuava cantando, agora vem o que vários criadores antigos me relataram, que ele mesmo na mão colocava no bolso da calça, calças largas com pregas, e de linho eram comuns na época, e ele continuava cantando de tão bravo, era um pássaro com muita fibra.
Voltando ao assunto, os curiós eram abundantes na região e era normal nos finais de semana saírem um ou dois curiozeiros para captura um outro que haviam ouvido dizer que era muito repetidor e com fibra, hoje não h;á noticia de um sequer que esteja solto.
No início da década de 70, por volta de 1974, ese é o primeiro relato que tenho, o Sr. Lauro Borghezan foi o primeiro criador de curiós em cativeiro, no sistema viveiro aberto de que se tem noticia aqui na região, em seguida teve seu método "copiado" por outros criadores, o Sr. Haine Hilbert (o avô ferreiro que o Rodrigo Hilbert, ator global sempre fala em seus programas/entrevistas), o Sr. Alcino Quarezemin, hj com 86 anos e que continua trabalhando e lúcido, o Sr. Santos Pizoni, Paulino e José Alberton, Jaime Broghezan, filho do Seu Lauro, que continuou com o amor de seu pai pelos curiós, todos vivos cm exceção do Sr. Haine e do Sr. Lauro, conversei muito com eles em anos anteriores, portanto a fonte é muito boa.
Pois bem, vamos ao método, na época todos os pássaros eram mateiros, as vezes capturavam tb a fêmea e seus filhotes, que amansavam facilmente, incluindo os machos.
Por vezes elas pediam gala, eram galadas mas não estava dando certo, falta de manejo e conhecimento.
Partiram então para o método, que era simples, construíam viveiros maiores, que vinham desde o chão, outros preferiram viveiros suspensos em 04 estacas de cerca de 1m ou pouco mais, lambuzavam as estacas com graxa para evitar a subida de ratos e formigas.
Colocavam o casal no viveiro e ficavam observando, qdo a fêmea entrava no choco eles mantinham o macho solto, que ajudava a chocar, isso mesmo, qdo a fêmea saia do ninho para se alimentar, etc.. eles iam para o choco e outros tratavam a fêmea no ninho mesmo.
Um ou dois dias antes dos ovos descascarem eles voltavam a colocar o macho na gaiola porém a deixavam pendurada dentro do viveiro, cantando para a fêmea e posteriormente para os filhotes.
Assim que os filhotes descascavam, eles abriam a porta do viveiro pela manhã cedinho e o deixavam aberto ao dia inteiro, voltando a fechar na boca da noite qdo a fêmea voltava a para dormir encima dos filhotes.
Durante o dia era comum ver nas proximidades fêmeas atrás de alimento para os filhotes, geralmente aranhas, era normal nas vendas e construções mais antigas ver as fêmeas entrarem atrás de insetos e aranhas, imagine vc sentado em uma venda, no final de semana e final de tarde iam jogar dominó ou cartas e do nada parecer um pássaro que ficava saltitando pelos cantos ou dando revoadas a procura de insetos, no mínimo interessante,mas como todos já sabiam desse fatos, não eram capturadas nem prejudicadas.
O pai era mantido dentro do viveiro cantando para os filhotes aprenderem, qdo os filhotes saiam do ninho, eram colocados em gaiolas tb que eram mantidos penduradas dentro do viveiro ao lado do pai e a fêmea continuava sua saga de alimenta-los.
Na época os filhotes eram apartados com cerca de 35 dias, em casos raros 38/40 dias, e, normalmente só conseguiam tirar 02 ninhadas por temporada.
Qdo notaram o interesse das fêmeas por aranhas, passaram então ao construir gaiolas para aranhas, tinham uma armação de madeira, quadradas com cerca de 40x40 ou 50x50cm, revestiam com aquela tela verde fina que era muito usada nas portas de armário de cozinha na época, colocavam uns galhos e saíam à cata de aranhas, mas não dava para misturar muitos tipos de aranhas, senão umas se alimentavam das outras, portanto tinham até 03 caixas diferentes, assim começaram a criar em viveiros fechados, se aproximando das técnicas de criação de hoje, outro fator foi a inclusão de milho verde no cardápio da fêmea, juntamente com talos de espinafre, as aranhas, o milho e o espinafre foram determinantes para a criação em viveiros fechados, depois sem os machos e posteriormente com 02 ou 03 fêmeas em viveiros menores, outro fator importantíssimo e que realmente fez a diferença foi a descoberta das larvas (tenébrio), o pessoal ia nas padarias atrás de sacas de farinha velas ou abandonadas, passaram então a administrar as larvas na dieta, facilitou muito o manejo de criação, e pro fim os cupins, iam direto para a serra ou região de praia e vinham com bolas de cupim no porta-malas, aqueles cupins encontrados nos pastos, aqui eram acondicionados em locais úmidos, geralmente dentro de caixas de água velha que ficavam pelo chão, eram molhados vez por outra e semi tampada.
As larvas passaram a serem criadas em caixas de madeira com telas na tampa, usavam farinha de trigo, farinha de milho, xuxu, pedaços de cana cortados em gomos, casca de banana, pão velho como alimento para as mesmas.
As larvas sim foram determinantes na época para a criação em cativeiro, viveiros, a prática das gaiolas criadeiras foi introduzida faz uns 10/15 anos.
Daqui saíram muitos filhotes bons, repetidores.
Era comum virem pessoas de outras cidades negociar pássaros, foi onde se introduziram novas raças aqui na região.
Hoje , creio que quina cidade deve haver uns 10 ou mais criadores "sérios" e mais um tanto desses de criadores ocasionais.
Pois bem pessoal, é isso, o texto é longo mas gostei de compartilhar com vcs a história de criação de curió aqui na cidade, só me desculpo antecipadamente por algum erro de escrita ou concordância, pois tem um banner de propaganda que fica se movendo por cima do texto e eu não consigo visualizar na íntegro, mesmo fechando um banner, abre outro, isso dificulta a leitura ou escrita de tópicos e textos.
Grato,
Edson
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Sex 19 Jul - 7:45
bom dia

muito obrigado por compartilhar sobre o passado e inicio dos processos de criação em cativeiro.
muitas pessoas nem imaginam o quanto foi dificil as primeiras tentativas de reprodução das aves nativas.
hoje ta tudo facilitado e depois de tudo isso alguns querem jogar areia em nossos olhos
aqui tambem as pessoas andavam atras de aranhas cupins grilos
hoje vou ali na esquina e compro o alimento correto para este fim e se reproduz com a qualidade que eles merecem.
até
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Sex 19 Jul - 7:54
parabéns amigo !!!isso e um relato de nossa cultura !!!!!!!


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Sex 19 Jul - 8:21
Um adendo.
Os ninhos eram fabricados pelo Sr. Longo (falecido), dono da Pensão Longo em formato de balaios pequenos, isso mesmo, ele fabricava artesanalmente balaios miniaturizados que eram instalados nos viveiros e posteriormente nos gaiolões de cria.
Os criadores arrancavam certos tipos de capim, lavavam as raízes, punham para secar  e as disponibilizavam para as fêmeas fazerem seus ninhos, haviam ninhos muito bem feitos, e algumas femeas que colocavam os ovos direto no balaio.
Cheguei a usar esses balaios na década de 90 qdo cismei em criar, com certeza não fui talhado para tanto, depois de uma ou duas ninhadas desisti de criar.
Deixo isso para os expert's e que goste, pois a dedicação e tempo demandado são muito grandes.
Fico contente em compartilhar com vcs essas histórias aqui da região.
Com certeza os desbravadores da criação tiveram muito trabalho, depois veio outro grande trabalho, colocar canto com fita K7, realmente o caminho que nos trouxe até os dias de hoje, criação, manejo, encarte, foi muito tortuoso.
Thiago Pereira Iza
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Sáb 20 Jul - 22:47
Como sempre o Sr trazendo para nós bons relatos, indentifiquei alguns contos, com os que ouvia meu avo( quem me passou o tato de criação) me contar quando eu tinha lá para 8 ou 9 anos, digo sempre que se tratando de curiós e bicudos, estamos muito avançados na criação, mais com algumas dificuldades em transmissão de genetica especiamente em voz e andamento(balanço) no canto.
Mais graças a Deus hoje temos recursos inimagináveis a 10 anos atrás, e vamos evoluindo a longo passos...

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