Diagnóstico e cura, quem foi que disse que é tarefa fácil?
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Qui 3 Out - 16:18
Diagnóstico e cura, quem foi que disse que é tarefa fácil?

 
Em trabalho publicado sobre a susceptibilidade de culturas de Escherichia Coli às principais drogas empregadas no combate a Colibacilose, pesquisadores do Instituto Biológico de Descalvado, em São Paulo, utilizaram-se de 120 amostras de Escherichia Coli isoladas dos sacos aéreos de aves, as quais foram multiplicadas, e os principais ativos disponíveis, testados. Os resultados impressionam.
 
Constatou-se resistência à Tetraciclina (76%), à Ciprofloxacina (62,5%), à Enrofloxacina (62%), à Amoxilina (58%), à Ampicilina (58%), à Norfloxacina (57,6%), à Cefalexina (54,6%), à Cefalotina (54,6%), à associação Sulfametrol/Trimetropina (49,5%) e à Fosfomicina (8,7%).
 
Das amostras bacterianas analisadas, apenas 07 foram sensíveis a todos os antimicrobianos testados, 20 apresentaram resistência a uma ou duas drogas, e 93 mostraram-se resistentes a três ou mais medicamentos. Nenhum medicamento foi eficiente contra todas as cepas.
 
Em publicação anterior, já havia sido demonstrada a avaliação de resistência de Salmonelas, com resultados bastante semelhantes.
 
A explicação para um antimicrobiano ter sido empregado com sucesso em um criatório e não apresentar resultados satisfatórios em outro, para uma enfermidade causada pelo mesmo patógeno, está na resistência bacteriana.
 
Desta forma fica demonstrado, de forma muito clara, que mesmo com o diagnóstico apoiado em avaliação laboratorial, o tratamento prescrito poderá não obter sucesso em face à resistência bacteriana.
 
O Médico Veterinário somente será capaz de prescrever o tratamento com segurança, a partir do isolamento das cepas, da cultura laboratorial e de testes de susceptibilidade.
 
 
A situação não é confortável.
 
Cabe aqui destacar que um dos principais fatores determinantes da resistência bacteriana é o uso indiscriminado de medicamentos antimicrobianos, em dosagem inadequada e por período impróprio ao combate eficaz ao agente patogênico.
 
As bactérias que não forem eliminadas, acabam por adquirir resistência àquela droga, transmitindo essa resistência às suas descendentes.
 
O exame clínico, mesmo realizado por profissional experiente, não costuma apresentar resultado conclusivo. São dezenas de doenças com sintomas muito semelhantes. O “Peito Seco”, por exemplo, pode ser a consequência de várias doenças, na verdade "Peito Seco" nada mais é que um sintoma, mas qual sua causa?
 
O Médico Veterinário apenas será capaz de prescrever o tratamento com segurança a partir do isolamento das cepas, da cultura laboratorial e de testes de susceptibilidade.
 
Quando o quadro clínico está bem definido, normalmente, a doença já se agravou ao ponto do pássaro não ter mais possibilidade de recuperação. O isolamento das cepas, a cultura laboratorial e de testes de susceptibilidade demandam um tempo que, nessa fase, o pássaro provavelmente não terá mais.
 
Para minimizar as dificuldades, além de todas as medidas preventivas conhecidas, a observação diária, efetuada pelo criador em seu plante,l deve ser impecável e rigorosa. O criador deve conhecer muito bem os pássaros com os quais convive.
 
É de extrema importância que todos nós criadores de pássaros nunca nos esqueçamos que, na natureza, o predador escolhe sua preza avaliando a capacidade de fuga dos seus candidatos a refeição. Então, para sobreviver aos predadores, os pássaros “disfarçam” os sintomas das doenças, apresentando-os apenas nos estágios mais avançados da afecção. Este "instinto" permanece "ligado" nas aves criadas em cativeiro, ou seja elas só mostram claramente os sintomas quando o quadro já apresenta gravidade.
 
Qualquer alteração de comportamento dos nossos pássaros deve ser analisada, e o veterinário deve ser procurado ao menor sinal de problema de saúde, para evitar agravamento do estado da ave. Depois que o pássaro estiver embolado, no fundo da gaiola, a possibilidade de recuperação será bem menor. O sucesso do tratamento depende da agilidade na identificação do problema.
 
O primeiro remédio será sempre o calor. Em caso de qualquer problema de saúde, o pássaro deverá ser imediatamente isolado dos demais e mantido sob uma fonte externa de calor. Existem, no mercado, aquecedores próprios para isto, mas na falta de um desses, uma lâmpada de 40w colocada próxima à gaiola, do lado oposto ao da água e da comida, e utilizando-se um pano (brim ou jeans) dobrado para evitar a incidência da luz forte sobre o pássaro, resolve. Na água do bebedouro deve ser adicionada uma pitada de açúcar, para fornecer energia, talvez na quantidade que o pássaro vai necessitar para aguardar o atendimento emergencial.
 
Em boa parte dos casos, a prescrição do veterinário será um antibiótico de largo espectro, cujo efeito deve ser acompanhado pelo criador. Se ao final do segundo dia de tratamento o pássaro não apresentar sinais de recuperação, o veterinário deverá ser acionado para a possível modificação do tratamento, isso nada mais é do que a resistência bacteriana.
 
Todos os pássaros que morrerem por conseqüência de enfermidades devem ser encaminhados para necrópsia e avaliação da causa da morte, com cultura de órgãos, isolamento de patógenos e teste de sensibilidade aos antimicrobianos.
 
Tudo deve ser registrado pelo criador. Sintomas observados, medicamentos empregados, resultados dos tratamentos e laudos laboratoriais comporão o histórico sanitário do criatório, que será grande subsídio para os diagnósticos futuros.
 
Por isso, não arrisquem com seus pássaros. Isso é criar a sério, com responsabilidade para com as vidas que estão sob nossos cuidados.
 
Conselhos de amigos bem intencionados, diagnósticos e recomendação de medicamentos, vindos de pessoas que já salvaram um espécime que estava “exatamente igual” ao nosso, isso encontraremos aos montes. Talvez a situação comece a mudar quando todos entendermos a importância das visitas de rotina ao Veterinário, dos exames e da ação preventiva, para a saúde de nossas aves.
 
Porém, quando tomamos consciência que, em nosso país, de cada 100 animais capturados na natureza, apenas 01 chega vivo na casa do criador e, que pessoas ainda pagam para aqueles que são responsáveis por atrocidades como esta, entendemos por que ainda somos minoria a nos preocupar com prevenção, exames, visitas de rotina ao Veterinário, evitar o uso indiscriminado de medicamentos, etc.
 
Quem conhece o valor sentimental e econômico de um pássaro faz seu melhor em sua manutenção.
 


Adaptado de artigo publicado no Site Canto e Fibra

Abraços.


Última edição por Nilo em Sex 4 Out - 8:06, editado 1 vez(es)


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Qui 3 Out - 16:23
show Nilo.
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Diagnóstico e cura, quem foi que disse que é tarefa fácil? Empty Re: Diagnóstico e cura, quem foi que disse que é tarefa fácil?

Qui 3 Out - 18:56
Excelente matéria! Nilo parabéns abraço.



           :estudar:


Devemos despertar para realizar nossos sonhos.
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Qui 3 Out - 19:01
Nota 10 amigo, parabéns.

Abraço.


                                            










                                      
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